Bem-te-vi e bananeira (proposta expositiva) (2020)

2020 a

individual

Proposta instalativa, 340x81cm

4 imagens impressas em pigmento sobre papel e áudio ambiente em loop

(Maquete virtual)


Bem-te-ví e Bananeira é uma proposta instalativa, produzida como parte do projeto Cartas para Ultramares, que combina colagens digitais e uma peça sonora, composta em colaboração com a musicista Zazá. A obra é composta por 4 imagens impressas em pigmento sobre papel  (medindo 81x63cm cada) e uma peça de áudio (de 7 minutos de duração, reproduzida em loop). Na proposta apresentada, as imagens são dispostas ao longo de 3,40m em um ambiente preferencialmente escuro, mas a obra poderá ser reconfigurada (em alguma medida) em função do espaço disponível.




Me deparei com uma bananeira no estacionamento vazio de um grande estádio de futebol. Montei o tripé, ajustei a composição e a exposição à minha preferencia. Cliquei. Ao conferir a imagem um pequeno borrão preto, quase indistinguível no pequeno visor da câmera, me causou incômodo. Estaria a lente suja? Ou pior, o sensor? Não. Um bem-te-vi cruzara o quadro no momento do disparo.


A obra apresenta 4 colagens digitais construídas com base nesta fotografia. A peça sonora, composta em colaboração com a musicista Zazá, justapõem elementos como o canto do bem-te-vi e discursos políticos marcantes de nosso momento histórico, ambos alterados digitalmente à ponto de destituí-los de familiaridade. A peça sonora ainda é suporte é suporte para 6 poemas, compostos como parte do projeto.


A obra busca, através de seus componentes sonoros e visuais, potencializar a agência do pássaro nativo que se impôs à composição. Criando uma atmosfera de desconforto e estranheza, a obra se propõem a estressar a oposição entre o bem-te-ví, nativo, e a bananeira, símbolo exótico da interferência latente nos ecossistemas latino americanos.